terça-feira, 1 de setembro de 2009

POÉTICA DO ADVENTO



Camilo Mota



Para Paulo Luiz Barata



Não me pergunte porquês...

O verso não tem versões,

apenas insinua presença

de mundos paralelos,

de ritos apreendidos

entre sibilares de sinos.



Ao longe, ou ao perto,

similares a hinos,

vozes nascem sem razão

para meus raciocínios.

Não me prendo à lógica

de meus compatriotas

e reverto em som

o silêncio dos inauditos.



Não me pergunte por onde,

que vivo aqui entre os vivos,

que sonho e rezo entre os vindos,

que vejo o mesmo que o meu pai viu.



Nem para quê me questione,

que a vinda da voz da luz

é oásis para quem não tem pressa,

é sereno de lua, abraço de sol,

sombra de árvore, brilho que aquece.



Não me pergunte por quanto,

que o verso não faz ensaios:

nasce de onde e quando,

sem pressa, nem espanto.



Saquarema, 11/10/08

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